A Patrulha Maria da Penha da Polícia Militar do Piauí recebeu as visitas de mulheres surdas e cadeirante no dia 25 de setembro na sala da Patrulha, que fica no QCG. O encontro ocorreu em referência aos dias alusivos à Luta das Pessoas com Deficiência (21/09) e ao Dia Nacional dos Surdos (26/09), sendo que a reunião teve foco no público feminino.
“O encontro com essas representantes das comunidades surda e cadeirante tem fins de dar ciência sobre o trabalho da Patrulha Maria da Penha e permitir a visibilidade dessas minorias, quase sempre excluídas do acesso aos serviços públicos. Sabemos que denunciar a violência doméstica e familiar é difícil para todas as mulheres, e mais difícil para as mulheres com deficiência” pontuou a Capitã Solange, que trabalha na Patrulha.
A inclusão e a acessibilidade das mulheres deficientes é uma proposta da Patrulha Maria da Penha da PMPI seladas nesse encontro do dia 25. Participaram do evento a psicóloga Vanessa Gracielle Rodrigues Gomes, que é cadeirante e membro da ASCAMTE (Associação dos Cadeirantes do Município de Teresina, cujo presidente se chama Antônio Wilson Gomes), a Maria Menezes e a Érica Gomes, ambas surdas e participantes do projeto RAABE da iurd, que, na ocasião, criaram um sinal em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) como uma forma mais prática e visual de identificação da PMPI dentro da comunidade surda da sociedade. Essa identificação, chamada de batismo, faz parte da Cultura Surda, na qual tudo passa a efetivamente existir a partir do sinal criado e dado pelos surdos. "Se o lugar não está pronto para todas as pessoas, esse lugar é deficiente". Essas convidadas assumiram o papel de multiplicadoras do trabalho de combate à violência doméstica e familiar contra a mulher, realizado pela Polícia Militar do Piauí por meio da Patrulha Maria da Penha.
De acordo com Vanessa Gracielle, a ASCAMTE é uma entidade não governamental que precisa de mais apoio do governo e das entidades filantrópicas que abracem a causa e a luta da pessoa com deficiência. “Nós batemos nas portas dos tribunais, vamos à Câmara dos Vereadores nos humilhando para garantir o que está de fato na Constituição. Além das mulheres andantes, nós, mulheres com deficiência, sofremos sim muito assédio, muita violência, e é muito importante que a Polícia entre em contato com a Associação”, enfatizou a cadeirante, que relatou um pouco das experiências pessoais por que passou devido ao preconceito e discriminação. “Eu, como psicóloga, sendo mulher, já recebi muitos ‘nãos’ pelo fato de ser negra, muitas pessoas julgarem a minha capacidade intelectual de ajudá-las por meio do meu trabalho e do meu potencial, sendo que eu sou formada há quatro anos pela UNIFSA, tenho uma pós em Avaliação em Diagnóstico Psicológico e agora estou cursando MBA em Neurociência e Psicologia Positiva”, desabafa Vanessa.
Ao final, foi servido um lanche aos presentes e os policiais da Patrulha presentearam as convidadas com canecas personalizadas em agradecimento à presença delas no quartel para esse diálogo.
Postagem: Cabo Larissa
Fotos: Cabo Larissa e Patrulha Maria da Penha
DCOM