De acordo com informações do Monitor da Violência, o Piauí apresentou diminuição de mortes por crimes violentos em 2019, assim como os demais Estados brasileiros, em comparação aos registros do ano anterior, continuando a ser o Estado menos violento do Nordeste.
Em 2018, houve, no Piauí, 612 assassinatos e, em 2019, ocorreram 572, o que corresponde a uma diminuição de 6,53%. No ano passado, o Estado apresentou índice de 17,52 crimes violentos por 100 mil habitantes, ficando entre as menores taxas do Brasil.
De acordo com o Secretário de Estado de Segurança Pública, Capitão Fábio Abreu, os grupos que mais matam e mais morrem são aqueles formados nos bairros, em torno, principalmente, do uso de entorpecentes. “Nós observamos essas mortes entre esses indivíduos das chamadas gangues. O que modificou ao longo do tempo? Há dez anos atrás, o que se tinha em poder dessas gangues eram apenas armas brancas ou algum objeto contundente. Há o avanço inclusive da droga que, naquele período, era a maconha, e passou a ter o incremento da cocaína e do crack. E também o pior de todos: a arma de fogo, que fez com que tivéssemos o aumento no número de pessoas mortas. São jovens, normalmente de periferia, que tem envolvimento com o mundo do crime, tanto os acusados dessas práticas quanto as vítimas. Para que se faça uma ação mais efetiva, é preciso algo ligado à parte social e outros setores da sociedade e do Estado. Nós estamos trabalhando na área da segurança em função desses aspectos”, explicou o Secretário.

O Sociólogo Bispo, professor da Universidade Estadual do Piauí, acrescenta que esses grupos que se enfrentam, geralmente, são grupos vulneráveis, pobres e da periferia, que tentam ascender socialmente por meio dos delitos, buscando a visibilidade através da forma não legal, em enfrentamentos tanto na disputa do tráfico como também na disputa do crime comum, assaltos e extorsão na rua. “Esses crimes resultam num enfrentamento e podem levar ao homicídio, e os grupos envolvidos, normalmente, são negros. O que fazer para conter esse enfrentamento? Adotar uma política de valorização da vida negra e entender uma política mais geral, uma política pública mais ampla, que é reforço na periferia, na escola pública, de uma melhor educação, geração de trabalho e renda, e de trazer a essas comunidades lazer e cultura. Não devemos esquecer que, no entorno dessa criminalidade, temos que ter uma polícia preparada, um policial que saiba fazer abordagem correta que tenha uma boa formação, e uma polícia que tenha uma formação antirracista, que não possa desprender dela um racismo institucional dentro das comunidades e contra essas pessoas”, alertou Bispo.
Desde 2017, a taxa de mortes por crimes violentos por 100 mil habitantes tem diminuído no Piauí, como mostra o quadro abaixo:
2017
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2018
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2019
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57.3
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18.75
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17.52
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Índice por 100 mil habitantes
Mais informações sobre os dados de todo o Brasil estão disponíveis no site
G1, onde foram divulgados.
Postagem: Cabo PM Larissa
DCOM