Na manhã de hoje (19), ocorreu a primeira reunião, no Centro de Educação Profissional da PMPI (CEP), para a formação de grupo de trabalho que visa a construção coletiva de diretrizes e protocolos de atuação da Polícia Militar no atendimento a pessoas LGBTQIA+.
De acordo com o Coronel Sá Júnior, Diretor do CEP, o objetivo é pesquisar e produzir conhecimentos, em parceria com representantes da comunidade LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, travestis, queer, intersexuais, assexuais etc.), para subsidiar a criação de uma cartilha explicativa voltada ao público interno, bem como a elaboração de emenda curricular a ser adicionada ao rol de disciplinas dos cursos de formação e aperfeiçoamento dos órgãos de segurança pública. O Coronel acrescenta ainda que, desde 2016, as turmas formadas no CEP têm participado de palestras sobre o tema, vinculadas à disciplina de Direitos Humanos, contudo a amplitude desta área do conhecimento demanda maior aprofundamento dos estudos, bem como protocolos específicos de atuação policial militar.
“Nós ficamos muito entusiasmados com esse convite da Polícia Militar, com quem já mantemos diálogo há quase duas décadas, e a nossa expectativa é a melhor possível. Nós acreditamos que vamos avançar nessa discussão da população LGBT e, com isso, ganham a sociedade, a Polícia Militar e a população LGBT de Teresina e do Piauí”, enfatizou Marinalva Santana, representante do grupo Matizes.
Para Monique dos Santos, representante da ATRAPI, Associação das Travestis do Piauí, esse é um trabalho muito importante. “Há tempos, a gente precisa fazer essa discussão com a segurança pública, para que os vários problemas com que nós convivemos hoje sejam resolvidos. Tem muitas coisas que acontecem no dia a dia que são muito difíceis de aceitar, mas, no final das contas, a gente tem que chegar a um denominador comum, e que todos tenham respeito”, concluiu Monique.
Segundo o Capitão Saraiva, do Comando de Polícia Comunitária da PMPI, há um trabalho nesse sentido na Secretaria de Segurança Pública (SSP-PI), cujas atividades presenciais, como reuniões e formações, estão paralisadas por conta da pandemia de covid-19. “Agora, a Polícia Militar tem essa iniciativa, que já é uma luta antiga dos grupos LGBTQIA+, de inserir essa temática dentro da formação do policial, algo que também é defendido pela gestão da Secretaria de Segurança. Esse alinhamento de ideias nos deixa muito feliz, pois vamos ter um sucesso maior”, completou o Capitão, que acredita que essa formação deve ser continuada junto ao efetivo.
Também participaram do encontro o Coronel Rodrigues, Coordenador Geral de Operações; o Tenente-coronel John, do CEP; o Tenente-coronel Soares, da Diretoria de Ensino, Instrução e Pesquisa; a Sargento Karla, da Coordenadoria de Gerenciamento de Crises e Direitos Humanos; a Sargento Luciana, da Patrulha Maria da Penha; a Cabo Larissa, da Diretoria de Comunicação Social; o Delegado Roberto Carlos, da Superintendência do Sistema de Gestão de Riscos; a Major Najra, do Corpo de Bombeiros Militar do Piauí; e o Sr. Márcio França, da SSP-PI.
Postagem e fotos: Cabo PM Larissa
DCOM